Desapegando-se da sua família de nascimento
Jeshua canalizado por Pamela Kribbe
Queridas pessoas, é um grande prazer estar com vocês outra vez.
Quando estou com vocês e falo através da Pamela, Eu sinto a sua presença e vejo-os como energias de luz, buscando seu caminho através de um mundo escuro, onde vocês muitas vezes se encontram com dificuldades e com energias com as quais vocês talvez não saibam lidar.
Vocês todos são bravos guerreiros. A simples presença de vocês num corpo físico na Terra já fala da sua grande coragem e disposição para lutar contra as energias escuras e os obstáculos que vocês encontram dentro de si mesmos. Pamela está preocupada com a palavra “lutar” que Eu uso aqui. Mas Eu ainda uso esta palavra aqui, porque vocês são lutadores, de uma certa maneira; lutadores que superam as dificuldades, não só com o amor do coração, mas também com a espada do discernimento.
Ter discernimento significa ser capaz de reconhecer claramente quando as energias não estão em harmonia com as suas (para que possam deixar que elas saiam do seu campo de energia). O discernimento é a energia da espada, a energia masculina, e a sua importância, sob o ponto de vista do tema que vou discutir hoje, é enorme.
Quero falar sobre o período de transição, como vocês o chamam, o período que algumas vezes é chamado de transição de Peixes para Aquário, ou da Terceira para a Quinta dimensão. Vocês têm inventado muitos nomes para a transição de energia que atualmente está ocorrendo na sua esfera terrena.
Eu não gosto de falar dessa transição em termos de acontecimentos externos, em termos de predições sobre o que vai acontecer na sua Terra – por exemplo, sobre o número de terremotos ou desastres que deveriam acontecer antes que a mudança se complete.
Eu quero falar sobre a mudança do coração.
Em muitos de vocês, existe uma necessidade de uma certa segurança. Por essa razão, muitas vezes vocês confiam em teorias de transição e predições que vocês lêem ou das quais ouvem falar. Vocês se deixam levar por motivos de medo e/ou curiosidade. Mas, ao fazerem isso, algumas vezes vocês perdem de vista o fato de que muitas energias obscuras podem estar associadas a essas predições.
Portanto, Eu lhes peço que, quando vocês lerem sobre predições para o futuro, sobre este período de transição, sempre perguntem qual é a fonte disso. Perguntem isso com o seu coração, simplesmente sentindo de que fonte energética vêm essas especulações, essas teorias de transição. Usem a espada do seu discernimento!
Eu realmente os encorajo a compreender este período de transição em termos de transformação interna.
Assim Eu falo da transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração. Eu descrevi esta transformação interna em detalhes, na série Trabalhadores da Luz, que está no site da Pamela e do Gerrit. Eu falo nestes termos, porque se trata de uma transição que todos vocês podem sentir dentro de si mesmos. Não há nada fora de vocês que vocês precisem para essa mudança, e não há nada fora de vocês que possa impedi-los de passar por ela. Inclusive, não existe nenhum “prazo final”, nenhum momento em que alguma coisa tenha que ter sido “feita” a tempo. É uma transição interna que você, pessoalmente e singularmente, está fazendo, passo a passo.
Nesta canalização, Eu gostaria de ilustrar o processo de transformação (do ego ao coração) através de uma questão com a qual todos vocês estão profundamente envolvidos: o relacionamento com a sua própria família de nascimento. A forma como vocês se relacionam com a sua família diz muito sobre o seu próprio progresso na transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração.
O seu nascimento aqui na Terra pode ser comparado a uma espécie de queda na escuridão, mas não ligado a qualquer associação com pecado e culpa. É realmente um mergulho na profundeza, que vocês fazem conscientemente a partir de um determinado nível da sua alma. Entretanto, no momento em que vocês afundam, vocês estão num estado de não-saber, pois então vocês estão submergidos no mundo da matéria. Nesse momento, cada um de vocês chegou no útero da sua mãe.
Por um lado, vocês carregam consigo uma energia muito brilhante, a energia do Lar. Vocês ainda se lembram como era do Outro lado, vocês se lembram do amor que vocês sentiam naturalmente à sua volta e a ligação com tudo que existe, com tudo que vive.
Essas energias do Lar ainda permanecem muito fortemente com vocês, quando vocês descem à Terra como um embrião. Mas, ao mesmo tempo, vocês são confrontados com aquilo que Eu chamo de “o paradigma dos pais”.
Paradigma é uma palavra que significa o mesmo que ponto de vista do mundo, mas abrange muito mais do que isso. Ela não só contém os pensamentos e convicções dos seus pais, mas também os sentimentos deles, suas emoções mais profundas. Todo esse “ninho seguro” é o paradigma onde vocês mergulham como uma nova alma que vem para a Terra, no começo de uma nova encarnação.
Vocês submergem na realidade da “terceira dimensão”, ou como Eu a chamaria: o mundo da consciência baseada no ego, conforme é representado nos pais. Esta é uma realidade energética na qual predominam certas ilusões.
Quero citar aqui as três ilusões mais importantes.
A perda da maestria.
A primeira ilusão é a da perda da maestria. Esta ilusão faz com que vocês se esqueçam, enquanto moram, trabalham e estão vivos na Terra, que vocês são os criadores de tudo que acontece na sua vida. Vocês não reconhecem as coisas que acontecem na sua vida como sendo suas próprias criações. De vez em quando, vocês sentem que são vítimas. Vocês acreditam que existem poderes maiores do que vocês, que podem determinar e moldar a vida de vocês. Isto é a perda da maestria.
A perda da unidade.
Então, com o mergulho na profundeza – aquele mergulho para dentro do paradigma dos seus pais, que têm vivido na ilusão há um bocado de tempo – acontece também a perda da unidade com tudo que vive. A compreensão da unidade entre vocês e os “outros” se perde para vocês. Dentro da consciência baseada no ego, existe a convicção de que todos nós somos separados uns dos outros, cada um num corpo separado. Existe a crença de que nós vivemos nesse corpo e que dá um trabalho contatar o outro. É a ilusão de que o corpo é uma prisão. Esta é a segunda ilusão.
A perda do amor.
E a terceira ilusão que Eu gostaria de citar aqui é a da perda do amor. Na esfera da qual vocês vieram para a Terra, a energia do amor era um alimento auto-evidente. Quando vocês vêm para cá, para um mundo relativamente escuro, onde existe muita falta de amor, vocês começam a confundir o amor com todo tipo de energia que não é amor, como a admiração da dependência emocional. Eu voltarei a esta confusão mais adiante, nesta canalização.
Agora, Eu gostaria de leva-los àquele momento em que vocês nascem aqui, um pé ainda no céu, e o outro na Terra, naquele paradigma no qual vocês não se ajustam muito bem. Existem sempre alguns pontos específicos, nos quais os seus pais estão muito presos no paradigma. Também existem alguns pontos em que eles estão livres dele, isto é, existem aspectos nos quais a energia do coração foi liberada neles. Mas há sempre alguns pontos em que eles estão muito presos no paradigma da consciência baseada no ego.
E então vocês chegam, fresquinhos, por assim dizer, do céu. O que acontece em seguida, no desenvolvimento da criança em relação aos pais, é que, a princípio, ela vai se ligar fortemente ao paradigma dos pais, e depois começa a se soltar dele devagar, conforme vai ficando mais velha. Este processo de crescimento tem muita afinidade com a transição da energia do ego para a energia do coração, que está acontecendo na consciência coletiva da humanidade como um todo.
O mesmo que está acontecendo numa grande escala também está acontecendo numa escala menor, no nível do individual. A transição da consciência baseada no ego para a baseada no coração, no nível micro, geralmente vem transcender as energias limitadoras, carregadas de medo, que vocês receberam dos seus pais, na infância.
Gosto de descrever esta transformação da consciência numa escala menor – através da descrição do relacionamento entre os pais e a criança, por exemplo – porque é muito fácil vocês todos reconhecerem-na no nível da experiência pessoal. Não gosto de predições e declarações que não estejam sintonizadas com a experiência, que não possam ser reconhecidas pelo seus próprios corações, pelos seus próprios sentimentos. É por isto que Eu lhes peço outra vez: quando vocês lerem ou ouvirem alguma coisa sobre o período de transição, por favor questionem-na com seus corações e vejam se elas se ajustam às suas próprias experiências. Porque vocês não são mais estudantes, vocês todos são mestres. A sua própria experiência é a pedra de toque.
Os seus corações estão repletos de sentimentos intuitivos, suaves e ternos, a respeito do que virá a acontecer. Confiem neles. A forma em que esta mudança interior da consciência se mostrará externamente, na realidade física da Terra, não é assim tão importante. Chegaremos lá, quando chegarmos lá. É o passo do coração, o passo interno, no reino das emoções, o que realmente conta na transição para a Nova Era.
No momento em que vocês começam a vida aqui na Terra, vocês entram em contato com a realidade em primeiro lugar através dos seus pais. Na sua chegada aqui, vocês trazem consigo a lembrança do Lar e têm uma leve sensação de saudades de casa. Nós já mencionamos o trauma do nascimento cósmico (veja a terceira canalização desta série) que vocês carregam consigo, como almas, desde o começo da sua jornada através de todas as vidas na Terra e em outros lugares. Mas, toda vez que vocês começam a vida como uma criança, numa encarnação específica na Terra, ocorre também um trauma de nascimento – principalmente no sentido psicológico, por terem que se despedir do Lar a cada vez, e pela necessidade de se ajustarem à energia da Terra e encontrarem o seu caminho nessa energia.
No momento do seu nascimento, seus pais pertencem à energia da Terra. Eles já se adaptaram a esta dimensão e às leis que são impostas aqui. Geralmente estas leis são limitadoras, na área de normas sociais e idéias que os pais absorveram intensamente, e que não são, de jeito nenhum, auto-evidentes para a criança.
Assim, para a criança, os pais representam a consciência baseada no ego, o paradigma das três ilusões. A criança entra em contato com elas através do lar paterno; e a maneira como este paradigma tomou forma em seus pais irá influenciar intensamente essa criança, pelo resto da sua vida.
Pamela está me pedindo para acrescentar uma observação aqui, para que os pais não sejam vistos de uma forma negativa: é lógico que os pais também já foram crianças um dia, e que também passaram pelo mesmo processo. Os pais não impõem conscientemente os seus medos e ilusões aos seus filhos. Seja como for, no estágio em que eles próprios têm seus filhos, os adultos já absorveram involuntariamente muitas energias do velho paradigma baseado no ego, o paradigma que é formado pelas três ilusões citadas acima.
A criança entra nisso nova em folha e percebe que a realidade não está de acordo e nem em harmonia com aquilo que ela estava acostumada. Nessa fase bem inicial da sua vida, a criança se encontra num estado de consciência muito passivo. Seu ser, sua mente e seus sentimentos estão muito abertos, e ela absorve tudo que a cerca. Principalmente nos três primeiros meses, a capacidade da criança de absorver é incrível. Ela assimila toda a realidade energética do seu ambiente, no âmago mais profundo das suas células.
A criança absorve a realidade energética do ambiente mais próximo, geralmente o dos pais, e a vivencia como realidade. Por outro lado, ainda existe aquele “pedaço de céu” dentro dela, aquele centro de existência pura e incondicional, que não é afetado pelas ilusões
De uma certa forma, essas realidades energéticas colidem, mas a criança esconde isso de si mesma, pois esse conflito é muito doloroso de ser experienciado neste estado tão vulnerável em que a criança se encontra, quando recém nascida. Para esconder de si mesma essa colisão, esse conflito interno, a criança passa a agir de acordo com o seu ambiente. Ela quer encontrar, nesse ambiente, a confirmação das energias de amor, unidade e maestria, que ainda estão presentes dentro dela, no seu estado natural. A criança ainda é o mestre da sua realidade, ela se sente unida e una, ela tem amor, mas ela quer que isso seja confirmado pelo seu ambiente. Ela começa a procurar essas confirmações, mas geralmente recebe mensagens confusas como resposta do seu ambiente.
Seus pais realmente querem lhe dar amor, mas também existe muito medo dentro deles. Ainda existe muita energia bloqueada, que não consegue fluir, que eles não se permitem deixar fluir. Existe também, nos pais, um anseio, uma sensação de saudades da sua própria maestria, do seu amor, da sua ligação natural com Tudo Que É, mas eles perderam este estado mental há muito tempo. Eles ficaram tão acostumados à vida na Terra e às suas ilusões, que começaram a enxergar essas ilusões como reais.
Então, involuntariamente, os pais vão criar a criança com energias que a confundem. E mais uma vez, até um certo ponto os pais não podem ser culpados por isso, no sentido de que, em um nível consciente, eles geralmente estão tentando dar o melhor para o seu filho.
Ao nascer uma criança, muitas vezes os pais têm uma abertura para mais luz e amor. Nesse momento, um centro de amor divino, incondicional, que existe dentro dos pais, é tocado. Eles sentem a sacralidade do nascimento e do pequeno ser que se entregou, com toda confiança, a eles e à vida. No nascimento de uma criança, os corações dos pais estão totalmente abertos, e eles estão em contato com o ser divino, sagrado, deles mesmos. Mas isto geralmente é temporário, porque logo depois tudo começa a se assentar, a ser envolvido outra vez pela realidade energética dos pais, que existia antes do nascimento da criança. E assim, a abertura para a realidade baseada no coração, que havia se apresentado, pode fechar-se novamente, e geralmente se fecha. Os pais voltam para suas antigas formas de pensar, de sentir e de querer.
E o que acontece, então, com a criança que começa a crescer?
As crianças, na sua maioria, escolhem adaptar-se tão firmemente ao paradigma dos pais, que perdem contato com a energia original das suas almas, da qual elas ainda estavam bem conscientes no começo de suas encarnações Nesta primeira fase da vida (até a puberdade), elas estão tão envolvidas e focadas neste mundo, em conseguir o amor e a atenção dos seus pais, que elas mesmas se esquecem de quem elas são.
A criança tem um desejo desenfreado por amor e intimidade, e quando seus pais não lhe proporcionam isso num grau suficiente, ela se volta para trás para consegui-lo de alguma forma. E assim cria imagens ilusórias do amor. Ela começa a confundir certas energias com amor, por exemplo, o orgulho que os pais sentem quando o filho consegue fazer alguma coisa que o mundo exterior considera esperto ou bem feito. Este tipo de orgulho paterno realmente não tem nada a ver com a criança em si. Não é o orgulho por uma realização interna, mas por um desempenho externo, que não se origina, necessariamente, dos impulsos internos da criança. Mas a criança pode crescer enxergando esse orgulho como amor. E mais tarde, na sua vida, geralmente ela vai trabalhar muito duro e não vai entender, como um adulto, por que ele tem essa premência de trabalhar tão duro o tempo todo, por que o trabalho se tornou um vício para ele.
Uma segunda distorção, ou imagem ilusória do amor, é quando a criança começa a confundir amor com dependência emocional. Muitos pais vivenciaram, eles mesmos, a falta do verdadeiro amor na sua infância. Eles não se sentiram verdadeiramente recebidos numa atmosfera de calor humano e segurança. Então, quando eles têm seus próprios filhos, eles os envolvem com sinais confusos. De um lado, existe amor genuíno, mas de outro, existe a necessidade subconsciente de compensar a perda. Os pais tentam curar a sua própria ferida emocional, encontrando o amor e a segurança emocional que eles não tiveram no passado, através do relacionamento com seu filho. Quando isso acontece, a criança recebe sinais muito confusos dos seus pais.
Energeticamente, as mensagens “eu te amo” e “eu preciso de você” ficarão indissoluvelmente entrelaçadas. Com esse entrelaçamento, que vocês podem imaginar como uma espiral de cordas torcidas, a criança começa a associar amor com necessidade. Essa ligação ou ilusão é o começo de um relacionamento emocional de dependência entre os pais e a criança, que pode ter um resultado muito destrutivo, não só no relacionamento pai-filho, como também, a longo prazo, nos relacionamentos íntimos que essa criança terá como um adulto.
No relacionamentos que terá com outros adultos, ele ou ela poderá facilmente começar a pensar que “ser necessário” é um ingrediente essencial do amor naquele relacionamento. Poderá, então, começar a interpretar os sentimentos de dependência, e até o ciúme e a possessividade, como formas de amor, quando, na verdade, essas energias são diametralmente opostas ao amor.
Resumindo a primeira parte deste material, você vê que, ao nascer, você aterrissou num paradigma paterno que no começo – digamos, na primeira parte da sua vida – lhe causará uma grande confusão. Você é como que “levado para o caminho errado” até que, num determinado ponto, começam a aparecer oportunidades e possibilidades na sua vida que o levam a investigar, a desatar o nó. Você pode, então, passar por uma crise de identidade, onde não existe mais certeza de nada e você está constantemente em dúvida sobre quem você é e sobre quem você não é. Isto foi descrito na série Trabalhadores da Luz, como a primeira fase da transição do ego ao coração.
O verdadeiro desligamento das suas ilusões e falácias ocorre quando você entra em contato com a energia do seu coração, também descrita na série Trabalhadores da Luz. Em relação aos seus pais, isto significa ser capaz de realmente liberá-los e perdoá-los internamente, e começar a seguir o seu próprio caminho.
Num certo sentido, você foi a vítima dos seus pais, já que, nas sua infância, seus pais representaram a consciência baseada no ego. Você viveu temporária e parcialmente de acordo com as ilusões deles. De uma certa forma, sendo filho deles, você não tinha outra escolha. Entretanto, transcender este estado de ser a vítima é uma das rupturas mais poderosas que você pode ter na vida. Você se torna uma pessoa livre quando você reconhece as impressões energéticas mais profundas da sua infância pelo que elas são e então decide quais as que lhe convêm e quais as que você prefere abandonar. Isto é maestria.
Então você não se adapta mais subconscientemente aos desejos e anseios dos seus pais, quando eles não são seus próprios. Ao mesmo tempo, você também não se rebela mais contra eles. Você pode ver as impressões que não lhe convêm simplesmente como algo que não pertence a você, e ponto final. Você não precisa mais julgar os seus pais por terem oprimido você com esses aspectos. Você não precisa mais lutar contra eles.
Você é apresentado à consciência baseada no ego através dos seus pais e você transcende-a também através dos seus pais, liberando-os com amor e perdão e reconhecendo-se como o mestre independente que você é. Esta é a afirmação da sua maestria, a conscientização de que você é o criador da sua vida e de tudo que você escolheu, inclusive os caminhos errados que você tomou.
Os Trabalhadores da Luz e seus pais
Neste ponto, Eu gostaria de falar especificamente sobre as almas dos Trabalhadores da Luz. Quando nascem, eles também mergulham no paradigma dos pais que eles mesmos escolheram como almas. Mas os Trabalhadores da Luz geralmente carregam consigo uma atribuição extra em relação aos seus pais e ao paradigma paterno.
Quando os Trabalhadores da Luz vêm para a Terra, eles têm a intenção de plantar as sementes, os brotos da consciência Crística, a energia da Nova Era. Num sentido mais forte ainda que as outras almas, os Trabalhadores da Luz estão determinados a realizar o paradigma do coração na realidade terrestre. Por esta razão, especificamente – e isto pode parecer um paradoxo – muitos Trabalhadores da Luz escolhem encarnar em famílias onde existe muita escuridão. Com escuridão, Eu quero dizer simplesmente as ilusões das quais falei há pouco, as três ilusões que levam à perda da sua maestria, à perda da sua verdadeira unidade, à perda do amor.
Assim, quando os Trabalhadores da Luz vêm para a Terra com uma consciência desenvolvida, um refinamento ou “antiguidade” nas suas almas, eles acabam em famílias onde algo está acontecendo, onde uma determinada ilusão está sendo experienciada ao extremo. Pela natureza da sua missão, os Trabalhadores da Luz são como um ímã voltado para situações onde a energia tornou-se bloqueada, onde a energia está estagnada como num beco-sem-saída. Eles sentem que é sua tarefa ajudar a energia a fluir outra vez ali. E é por isso que os Trabalhadores da Luz muitas vezes nascem em famílias difíceis.
Quando começam a vida, os Trabalhadores da Luz geralmente confiam firmemente em que vão encontrar a saída, em que vão superar aquela energia limitadora. No entanto, quando eles nascem e crescem, eles são expostos aos mesmos dilemas e confusões que qualquer outra criança. Num certo sentido, eles até experienciam essa confusão mais profundamente e mais fortemente. Como eles carregam consigo muito da energia do Lar, eles colidem (internamente) de frente com os padrões de energia bloqueada do seu meio ambiente e isso fere-os profundamente. Portanto, existe um certo risco envolvido na jornada do Trabalhador da Luz a esses lugares de escuridão e erro. É uma missão perigosa. Não se esqueçam porque Eu os chamo de bravos guerreiros – é por esta razão.
O seu nascimento aqui é uma aterrissagem numa paisagem inóspita, trazendo apenas o seu conhecimento interno como bagagem. Há uma baixa ressonância com o meio ambiente e pouco reconhecimento e consciência de quem você é. Como um Trabalhador da Luz, você é um pioneiro que quer redirecionar alguma coisa, mudar alguma coisa, e você é sempre o primeiro a fazer isso nesse ambiente. Então, você não encontra logo os seus pares. E isso magoa, isso é difícil para uma alma humana. Como uma entidade espiritual, você escolheu conscientemente este caminho, mas como um ser humano, como uma criança, isto pode ser muito duro para você. É por isso que eu recomendo insistentemente que vocês sintam e reconheçam essa dor em vocês mesmos, porque só assim vocês poderão lidar com ela e libera-la. É a dor da criança que não tem lar e nunca encontra o reconhecimento da sua singularidade. A criança é um estranho naquele ambiente. Os Trabalhadores da Luz passam por isto muito mais que os outros, primeiro porque eles são muito “diferentes” e, segundo, porque eles procuram um ambiente onde essa forma diferente de ser não seja reconhecida ou seja aceita com dificuldade.
Toda a jornada da criança para a idade adulta, e até para a velhice, pode ser vista como um desafio para reencontrar a sua própria e inata luz interior. O desafio é começar a saber e a sentir outra vez, no fundo de você mesmo: “Este sou eu, e isto é o que eu vim trazer aqui.”
Isto é especialmente verdadeiro para os Trabalhadores da Luz. A primeiro dever de vocês é tornar-se quem vocês são. Fazendo isso, vocês cumprem sua missão. Não é sua tarefa melhorar o mundo. A tarefa de vocês é encontrar a si mesmos. E aí sim, o mundo tornar-se-á um lugar melhor para isso, porque a sua Luz brilhará de uma forma natural. Mas vocês não precisam trabalhar para isto, isto simplesmente acontecerá.
O verdadeiro trabalho é se desapegar de todos esses pedaços do paradigma do ego (medo, ilusão), que vocês absorveram tão profundamente enquanto crianças, no primeiros três meses e depois.
Este desapegar-se é uma tarefa intensamente pesada. Não quero desencoraja-los, dizendo isso. Quero, sim, ensina-los a ter um grande respeito por si mesmos e dizer-lhes que vocês são os guerreiros mais corajosos que eu conheço. O desafio é ser tudo o que vocês podem ser, num meio ambiente que não é o de vocês. Este é o trabalho do pioneiro, aquele que pavimenta ao caminho para uma nova consciência aqui na Terra.
Resolvendo o carma familiar.
Nos textos que foram colocados anteriormente do site (a série Trabalhadores da Luz), Eu falei bastante sobre os passos que vocês devem dar para se desprenderem da consciência baseada no ego e começarem a se movimentar em direção à vida baseada no coração. Por isso, não vou entrar nessas questões aqui. O que Eu quero é falar alguma coisa especificamente sobre o seu relacionamento com os seus pais e relacionar isto com o exercício de meditação que Gerrit fez no começo (este não foi transcrito).
É importante que vocês se conscientizem de todos os sentimentos envolvendo a relação com seus pais, particularmente os sentimentos que a sua criança interior tem por eles. Entretanto, também pode ser muito instrutivo inverter os papéis, como acontece nesse exercício (nesse exercício, vocês encontram os seus pais, sendo eles crianças). Coisas das quais vocês não suspeitavam podem vir à luz.
O papel invertido carrega a semente da verdade dentro dele pois, em essência, vocês são (também) os pais dos seus pais. A intenção de vocês era fazer o papel de pais, quando vocês vieram para a Terra nessa família específica: vocês queriam levar seus pais a algum lugar, ou afasta-los de alguma coisa; vocês queriam leva-los a crescer para uma realidade mais luminosa.
Muitas vezes vocês pensam que falharam nessa questão. Vocês acham que não deu certo, que vocês não foram capazes de ajudar seus pais da forma que haviam imaginado.
Mas, isso não é verdade.
A questão é entender verdadeiramente o que significa “ajudar”. Isso funciona da seguinte forma:
Ao nascerem, vocês aterrissam num paradigma ao qual vocês não pertencem essencialmente. Mas vocês começam a viver de acordo com ele, vocês o absorvem tão intensamente, que ele acaba fazendo parte de vocês. Ele torna-se parte de vocês a tal ponto, que vocês realmente não sabem mais o que é seu e o que não é. Subconscientemente isso fere-os e leva-os a um conflito interno. Enquanto vocês se transformam em adultos, vocês podem escolher conscientizar-se dessa dor e trabalhar com ela. Então vocês entram no caminho do crescimento interior e da conscientização, e se apercebem de níveis cada vez mais profundos de dor interna, curando-os. A dor de não serem reconhecidos, a dor da solidão – todas essas peças vêm à tona.
E enquanto vocês estão fazendo isso, estão cumprindo a sua tarefa. Vocês estão ajudando os seus pais, não direta, mas indiretamente. O que vocês estão fazendo, de fato, é construindo um caminho, uma trilha energética. Vocês estão subindo para fora de um certo vale, uma área escura onde determinadas ilusões governam, e estão deixando uma trilha atrás de si. Essa escalada exige uma tremenda quantidade de esforço e energia. E essa é a sua missão, a tarefa que vocês estabeleceram para si mesmos. Ao clarearem o caminho, a “trilha da solução” torna-se energeticamente disponível para os seus pais, para a sua família e para todos que quiserem usa-la, ou seja, todos que estão num impasse podem usar a energia da solução, que vocês disponibilizaram através da sua escalada para fora das profundezas. (Sobre o conceito de “energia da solução”, veja também “Armadilhas no caminho de tornar-se um curador”)
Assim, a trilha que vocês constroem para si mesmos, no caminho para a sua própria iluminação, para a sua própria alegria, é o cumprimento da sua tarefa. Não é tarefa de vocês carregar também seus pais ou outras pessoas junto de vocês, ou nas suas costas. Esta não é a sua tarefa. A tarefa de vocês é construir uma trilha energética, o que vocês fazem através do seu próprio crescimento interior e desapegando-se.
O conceito de carma familiar, que é usado nos círculos esotéricos, pode levar a mal-entendidos nesse sentido. No caso do carma familiar, deve haver um carma que vai além do individual, um carma que pertence à família e que um membro da família (um Trabalhador da Luz, obviamente) poderá tomar para si mesmo. É realmente verdade que uma determinada questão e determinados problemas podem se repetir muitas e muitas vezes, dentro de uma família, podendo vir de muitas gerações anteriores. Isso pode, inclusive, ter implicações genéticas. Esses problemas estão procurando uma solução em um determinado nível, e serão passados adiante até que a solução aconteça.
Numa determinada linha familiar, muitas almas – não só de Trabalhadores da Luz – recebem, no nascimento, uma parte do carma que pertence à família. Geralmente os Trabalhadores da Luz escolhem isto mais ou menos conscientemente, e têm o objetivo explícito de contribuir para a liberação ou desbloqueio de uma energia bloqueada
Mas essa contribuição não implica na sua obrigação de libertar a sua família desse carma. É para vocês libertarem a si mesmos desse carma. Ao fazerem isso, vocês criam um espaço energético de possibilidades, que os outros poderão usar, se quiserem. Os outros também podem escolher não fazer isso; esse é um direito deles e isso é algo que vocês têm dificuldade de soltar.
Algumas vezes vocês realmente têm a idéia de que precisam figurativamente arrastar seus parentes ou entes queridos montanha acima; que o sucesso da sua missão realmente depende das mudanças que ocorrem na vida de outras pessoas. Mas isso não é assim.
Estes outros, estas pessoas que vocês amam e querem tanto levar para a Luz, ainda podem viver alguns séculos no vale. Mas algum dia eles vão descobrir uma pequena trilha que sobe a montanha e vão pensar: “Ei, isso é interessante! Sinto que é bom experimentar isto. Eu realmente não estou vivendo muito bem aqui embaixo.” E então eles irão para fora do vale. Eles seguirão seu próprio caminho de crescimento interior, sua própria escalada para a Luz. E não é maravilhoso, não é fantástico, que haverá uma trilha para eles seguirem?
Eles seguirão seu próprio caminho, mas haverá sempre um farol. Um caminho foi pavimentado para eles, de modo que lhes será mais fácil dar esses passos. Graças a vocês. Esta é a tarefa de vocês; este é o papel do pioneiro: abrir caminho através de uma terra inculta, através de algo que ainda não foi conquistado ou mapeado.
Quando vocês conseguem se desfazer das três ilusões, quando vocês conseguem deixar as energias da maestria, da unidade e do amor fluir em suas vidas, vocês entram em contato com o coração e vivem a partir de uma consciência baseada no coração. E então, vocês podem se desapegar do velho paradigma e, num certo sentido, abandonar os seus pais. Não literalmente, mas internamente. Abandonar seus pais internamente significa libera-los para que eles sejam quem eles são, não mais tentando muda-los, compreendendo que não é sua tarefa leva-los literalmente a nenhum lugar. A tarefa de vocês está feita; vocês construíram um caminho, com amor. Foi para isso que vocês vieram aqui, vocês não falharam.
Vocês verão que, depois desse adeus interior, o relacionamento com seus pais ficará menos estressante, as energias de luta, reprovação e culpa poderão deixar o cenário.
No seu ambiente mais próximo, poderão então aparecer outras pessoas que fazem parte daquilo que vocês podem chamar de sua “família espiritual”. Sua família espiritual não tem nada a ver com biologia, genes e hereditariedade. Ela se refere a almas afins. Geralmente são almas que vocês conhecem de vidas passadas. Geralmente vocês têm uma ligação de amizade com elas. Quando vocês encontram alguém assim, vocês podem ficar espantados com a facilidade com que o contato acontece e com a rapidez com que vocês se reconhecem em todos os aspectos.
No começo, você passaram por tantas dificuldades para serem capazes de conviver com o fato de serem diferentes. Muitas vezes vocês tiveram a sensação de “não se ajustarem”, mas quando vocês realmente se desapegam do seu antigo paradigma, algumas pessoas chegam no seu caminho, com as quais o fato de vocês “serem diferentes” é justamente o que estabelece o contato, o que faz vocês sentirem o “clique”. Isto lhes dá uma grande alegria e satisfação. É a energia da sua verdadeira família, seus companheiros de alma, com os quais vocês encontrarão o reconhecimento que vocês procuraram durante todo este tempo. Quando vocês conseguem reconhecer a si próprios independentemente de quem quer que seja, então essas amizades e relacionamentos enriquecedores poderão aparecer na sua vida automaticamente e com perfeita facilidade.
© Pamela Kribbe
Tradução para o português: Vera Corrêa.
Revisão: Luiz Corrêa