Pamela Kribbe
Pamela Rose Kribbe (1968) trabalha como leitora psíquica e curadora no sua própria clínica em Tilburg, Holanda. Ela obteve seu doutorado em Filosofia da Ciência em 1997, depois de ter estudado Filosofia na Universidade de Leiden, Nijmegen e Harvard (EUA).
Biografia de Pamela Kribbe
Por Pamela Kribbe
Nesta biografia, eu conto um pouco mais da minha experiência pessoal e do meu desenvolvimento espiritual. Muitas pessoas têm me perguntado como eu entrei em contato com a canalização e como surgiu a conexão com Jeshua. Esta biografia não oferece uma explicação sobre o fenômeno da canalização, mas é uma história pessoal sobre o que ela significa para mim.
Prefácio
Meu nome é Pamela Rose Kribbe e eu nasci no dia 6 de setembro de 1968 em uma pequena vila na Holanda. Durante a minha infância, eu tinha um interesse muito forte pela Bíblia (para crianças) e pelas histórias sobre a vida de Jesus, o que era estranho porque os meus pais não eram religiosos, não tinham nenhuma atividade religiosa. Quando eu estava com 12 anos, a minha avó faleceu. Eu a amava muito e ela era como uma mãe para mim, pois tinha morado em nossa casa, como parte da nossa família. Depois da sua morte, nós – minha mãe, minhas tias, meus primos e eu – começamos a ficar muito interessados na literatura sobre vida após a morte, fenômenos psíquicos, etc. Esse interesse permaneceu até a época em que eu entrei na universidade, aos 19 anos de idade. Comecei meus estudos de filosofia na Universidade de Leiden e, um ano depois, eu havia me transformado em uma pessoa cética, achando que todas as coisas religiosas eram altamente supersticiosas e irracionais. Apaixonei-me pela abordagem racionalista da filosofia e trabalhei e estudei bastante. Formei-me cum laude e recebi uma oferta para ser estudante PhD em uma outra universidade na Holanda. Minha área de pesquisa era filosofia contemporânea da ciência. Nesse meio tempo, aos 23 anos, eu comecei um relacionamento com um homem um pouco mais velho, que também estava seguindo uma carreira acadêmica com sucesso. Nós vivíamos juntos em uma casa boa, e eu achava que era bem feliz.
Esse não era realmente o caso, como eu acabei descobrindo ao conhecer um jovem pelo qual me apaixonei profundamente. Ele também era um filósofo e estudante PhD e, ao contrário do meu parceiro, acreditava em ‘coisas espirituais’ e, ao mesmo tempo, era sensível, inteligente e racional. Isto mexeu com algo nas profundezas do meu ser. Eu tinha aquele interesse antigo no espiritual, mas isto tinha se tornado ‘proibido’ para mim no meu ambiente acadêmico, e agora me aparecia alguém, que eu consideraria um ‘companheiro de alma’, e que me fazia lembrar de uma parte de mim que havia ficado escondida durante muito tempo. Nós tínhamos conversas intermináveis sobre filosofia e espiritualidade. Nós nos apaixonamos, eu abandonei meu parceiro, a casa e a cidade onde morávamos, mas nós não vivemos felizes para sempre… Nosso relacionamento durou pouco e terminou de uma forma que eu experienciei como um grande trauma emocional. Nossa grande paixão mudou completamente as nossas vidas mas, devido às diferenças de caráter e ao caos emocional, nós não conseguimos construir uma vida juntos e nos separamos em menos de 6 meses.
Crise
Nessa época, eu estava alugando um pequeno quarto sozinha, vivendo como uma estudante pobre de novo. No entanto, eu não ligava para o retrocesso material. Eu estava arrasada de tanto sofrimento e tristeza porque aquele meu namorado, meu companheiro de alma, havia me deixado. Parecia que nada mais importava para mim, e eu também não conseguia me interessar pela minha tese de PhD. Então, aparentemente do nada, me ofereceram uma bolsa de estudos que me permitiria passar um semestre na Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Eu poderia simplesmente assistir às aulas que me interessassem, sem muita pressão para que eu fizesse qualquer coisa em particular.
Então eu fui, e essa foi uma experiência incrivelmente intensa para mim. Pela primeira vez na minha vida, senti-me totalmente só, e tive que agüentar isso, suportar isso, pois não tinha nenhuma outra saída. Eu tinha me tornado vazia intelectualmente. O interesse que eu tinha na filosofia acadêmica havia murchado completamente e eu realmente tinha que me esforçar muito para ficar acordada durante os cursos que eu freqüentava numa das universidades mais famosas do mundo. Minha mente não conseguia mais assimilar nada de ‘intelectual’. Eu vivia muito cansada e, depois das aulas, simplesmente dormia ou passava o tempo com a minha amável companheira de quarto, que também era sozinha e tinha acabado de sair de um casamento infeliz. Numa livraria perto da universidade, descobri um livro de Seth canalizado por Jane Roberts. Eu nunca tinha lido nenhum material canalizado antes, e no começo não entendi nada disso. Mas comecei a me sentir cada vez mais atraída para esse tipo de coisa, até que, pouco tempo depois, a leitura desse tipo de material se transformou nos melhores momentos dos meus dias. Não era apenas o conteúdo que me chamava a atenção por ser muito original e profundo, mas também a energia que me tocava e me elevava. Essa foi a primeira coisa que me chamou de volta à vida.
Emperrada de novo
Depois da minha estadia nos Estados Unidos, resolvi terminar a minha tese de PhD, embora soubesse que não iria mais seguir a carreira acadêmica. Em 1997, quando eu estava com 29 anos, me formei doutora em filosofia e, nessa altura, eu havia encontrado um bom apartamento para mim, e valorizava e aproveitava a minha independência. Eu havia crescido, tinha superado a maior crise da minha vida e tinha, até certo ponto, me recuperado. Tinha tido que aprender a lição mais difícil para mim: que não se pode perder completamente a si mesmo em um relacionamento, que cada um tem que aceitar a sua própria ‘individualidade’. Eu sempre havia experienciado ‘ficar apaixonada’ como algo quase religioso, como se eu estivesse esperando por alguém ou algo que me ‘elevasse’ do estado de solidão, possibilitando que eu sentisse uma unidade arrebatadora e um reconhecimento completo. Esse desejo de ‘transcendência’ ou ‘unidade’, que me elevaria acima dos limites de ‘mim mesma’, acabou me levando a uma total solidão e desespero. Agora eu estava me recuperando disso, com uma nova consciência, mas ainda me sentia meio solitária. Foi então que encontrei um antigo colega e, naquele momento da minha vida, ele era a única pessoa com quem eu podia conversar, ‘realmente conversar’, sobre as coisas que importavam para mim. Nós nos envolvemos um com o outro e vivemos juntos durante quase quatro anos. Mas nosso relacionamento era mais como o de irmãos. Eu dizia a mim mesma que era melhor assim, pois a paixão demasiada tinha levado o melhor de mim e eu ainda me sentia desiludida em relação àquele relacionamento antigo.
Enquanto isso, eu tinha que me preparar para conseguir trabalho, agora que havia me despedido da vida universitária. Isso não era tão fácil como eu pensava. Meu namorado e eu planejamos dar cursos de filosofia, fazer trabalhos de consultoria e pegar empregos de meio período, ‘só para ganhar dinheiro’. Eu comecei a trabalhar como secretária, em vários empregos, mas ficava horrorizada de ver como funcionava a ‘vida de escritório’, com as lutas de poder, as fofocas, a humilhação de não poder expressar as minhas próprias habilidades (como uma secretária). Eu era totalmente ingênua, já que havia passado dez anos na universidade, trabalhando em casa a maior parte do tempo e tendo muita liberdade para organizar meu trabalho como eu bem entendesse. Depois de dois anos, mudei-me para um emprego de mais prestígio, mas acabei ficando muito estressada.
Então cheguei a um ponto crucial. Eu tive uma leitura de aura com uma mulher, que mais tarde veio a ser minha professora, e que mexeu muito comigo e me despertou. Essa leitura de aura me fez perceber que eu estava infeliz e desequilibrada, tanto na área do trabalho, quanto na dos relacionamentos. Eu podia admitir para mim mesma que estava num beco sem saída. Eu tinha surtos de energia criativa, tinha sonhos e visões para o futuro, mas enquanto isso eu estava simplesmente me mantendo num relacionamento e num ambiente de trabalho que estavam me impedindo de me expressar verdadeiramente. Eu tinha medo de estar ‘só comigo mesma’ outra vez. Alguns meses depois, conheci uma terapeuta espiritual, comecei um curso de desenvolvimento intuitivo e leitura de aura com ela e abandonei aquele emprego estressante, que não me satisfazia. Comecei num outro, mais fácil e de meio período (que também não duraria muito tempo).
Auto-investigação
No outono do ano 2000, senti-me atraída para pesquisar minhas vidas passadas através da terapia de regressão. Esta veio a ser uma aventura impressionante. Eu já tinha começado a ver espontaneamente algumas imagens de vidas passadas, que me provocavam fortes emoções e me davam a sensação de ser uma identidade muito mais ampla do que a minha personalidade atual. Na terapia de regressão, investiguei várias vidas, que me esclareceram muito sobre a razão de eu me sentir sempre de certas maneiras. A que provavelmente me causou maior impacto foi a minha encarnação mais recente, na qual morri vítima do Holocausto, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Reviver essa experiência me fez entender a inexplicável tristeza que eu sempre senti no fundo de mim mesma, e a resistência que sempre tive diante da vida. Outras encarnações, indo desde aquelas focalizadas na espiritualidade, até algumas muito impotentes e também algumas em que eu empreguei mal o meu poder, me abriram um campo tão novo de consciência, que eu senti um grande desejo de compartilhar as minhas experiências com alguém que pudesse entendê-las. Naquelas alturas, meu namorado estava começando a pensar que eu estava ficando ligeiramente doida…
Conhecendo o Gerrit
Eu tinha acabado de me familiarizar com a Internet e estava navegando por ali, quando deparei com o site do Gerrit sobre reencarnação, tempo e espiritualidade. Imediatamente fiquei impressionada com a energia desse material e com os interesses em comum que eu tinha com o Gerrit. Tive a estranha impressão que, ou ele era alguém incrivelmente familiar para mim, ou eu estava realmente ficando maluca e imaginando coisas. Resolvi escrever para ele, de qualquer jeito, e foi assim que uma correspondência animada teve início. Três meses depois, nós nos conhecemos pessoalmente. Nessa ocasião, eu já tinha terminado com o meu companheiro. Quando encontrei o Gerrit, tive a sensação de que o conhecia muito bem, só que não exatamente com a aparência que ele tinha neste século 20! Isso era inexplicável e misterioso. Eu fiquei imediatamente atraída por ele e, por acaso, ele também por mim!
Alguns meses mais tarde, mudei-me para a casa dele, fiquei grávida logo em seguida e, antes do ano terminar, nós nos casamos! Em 2002, nasceu nossa filha Laura. O período em que investiguei completamente as minhas vidas passadas, conheci Gerrit e me mudei para uma outra parte da Holanda (onde Gerrit morava), me pareceu um período de profunda transição, quase como uma morte. Senti como se estivesse emergindo da minha personalidade anterior como um novo ‘eu’, mas muito mais ‘eu’ do que eu jamais havia sido! Senti como se estivesse entrando em um modo totalmente novo de ser, no qual finalmente as coisas faziam sentido, se encaixavam e abriam caminho para que sonhos há muito cultivados se tornassem realidade.
Começando os atendimentos
Depois que a minha filha nasceu, comecei minha prática espiritual de leitura de aura e cura, e os clientes começaram a aparecer a partir de meados de 2002. As coisas simplesmente corriam natural e suavemente, sem que eu tivesse que me esforçar muito para isso. Finalmente eu havia encontrado o trabalho no qual podia verdadeiramente me expressar. É certo que tive que lidar com muitos medos que eu não tinha previsto. Agora que eu estava fazendo o trabalho que amava, descobri que tinha muitos medos em relação a me expressar verdadeiramente, ser diferente, ser forte e confiante, etc. Sentia-me vulnerável porque, pela primeira vez, estava me expressando, sem reprimir nada, e o risco de ser rejeitada ou criticada me assustava. Eu só conseguia dar umas poucas consultas por semana.
Encontrando Jeshua
Enquanto isso, Gerrit e eu fazíamos sessões freqüentes para nós mesmos, explorando nossos mundos internos, as cicatrizes e feridas emocionais desta e de outras vidas, e outros assuntos como astrologia, as mudanças no mundo, etc. Uma noite, senti uma presença perto de mim, cuja energia era diferente da que eu estava acostumada. Parecia séria, solene e me deixou ligeiramente nervosa. Eu estava acostumada a entrar em contato com guias espirituais, tanto o meu próprio quanto os de outras pessoas. Mas este me dava uma sensação diferente. Resolvi investigar quem era este, com a ajuda do Gerrit, e quando entrei no estado de transe e me conectei com a energia, vi o nome ‘Jeshua ben Joseph’ diante do meu olho interno e imediatamente senti que era verdade. Numa fração de segundo, antes do meu intelecto começar a levantar dúvidas e questionamentos, eu reconheci Jeshua como uma presença profundamente familiar, e senti que era muito natural que eu me sentisse chegada a ele. Houve um reconhecimento interno e, assim, aceitei a conexão. O fato de ele ter se apresentado como ‘Jeshua ben Joseph’ e não como ‘Jesus’ mostrou-me que ele queria deixar claro, desde o começo, que ele não era a personalidade fabricada pela Bíblia e pela tradição.
Comecei a explorar a conexão com Jeshua nas semanas e meses seguintes. Não contei para ninguém, só o Gerrit sabia. Eu sentia que ela era autêntica e correta, embora tivesse que me acostumar com a energia que eu sentia entrar na minha aura e no meu corpo, quando me conectava com Jeshua. A energia dele era muito ‘centralizadora’ e ‘ligada à Terra’ e me dava um foco claro, desprovido de sentimentalismo e drama. Era bem direta e poderosa. O que me assustava era o poder que havia nela! Ela me oferecia um nível de consciência no qual as coisas são vistas muito claramente, mas também de uma forma que pode ser aborrecida ou desestabilizadora para outros. Era parte da minha personalidade tentar ser ‘simpática e amável’, evitando confrontos, e eu pensava que já tinha me tornado bem independente e autoconfiante. Mas a energia de Jeshua mostrou-me que eu ainda tinha um bom caminho pela frente! Especialmente trabalhando como leitora de aura e curadora, eu precisava equilibrar meu lado sensível e empático com a energia masculina, que me permitiria ser franca, protegeria os meus limites e me ajudaria a me manter equilibrada e centrada no meio de energias emocionais pesadas. Jeshua ofereceu-me orientação no meu trabalho como terapeuta, não apenas dando-me informações por meio de palavras ou frases, mas também realmente transmitindo-me a sua energia, fazendo-me entender como é enxergar as coisas através dos olhos dele, ou melhor dizendo: através dos olhos da energia Crística (que está em todos nós). Canalizando a energia dele, literalmente permitindo que ela entrasse no meu corpo e na minha aura, eu poderia crescer pessoalmente e compreender melhor.
Depois de algum tempo, Jeshua inclusive começou a dar, ao Gerrit e a mim, informações de natureza mais universal. Eu entrava em transe, orientada por Gerrit, e então Jeshua me passava mensagens, que chegavam a mim em forma de palavras, ou sentimentos que eu tinha que traduzir em palavras. Talvez a melhor forma de colocar isso seria que ele me transmitia insights (que me faziam sentir algo como: Oh, agora eu percebo!) e a minha tarefa era traduzir isso em palavras, frases e sentenças apropriadas. Às vezes as palavras saem da minha boca, como se tivessem sido dadas a mim; outras vezes tenho que buscar formulações que ‘combinem’ com a energia que eu sinto, e então isso é mais estressante. Inclusive, a energia que é transmitida numa canalização muitas vezes é difícil de ser colocada em palavras, pois não é apenas a informação literal que vem através dela, mas também a energia de cura, amor e clareza.
A primeira série de mensagens que me foi transmitida foi a Série dos Trabalhadores da Luz (publicada neste site). Ela contém mensagens sobre a história das almas dos trabalhadores da luz, a chegada de uma nova era, e a transição da consciência baseada no ego para uma consciência baseada no coração. Jeshua nos disse que essa série era voltada especialmente para os trabalhadores da luz. Ele disse que é importante que estes despertem e percebam quem são. Pois só quando eles despertarem é que eles ajudarão outras partes da humanidade a seguir em direção a uma consciência baseada no coração.
Indo a público
Eu ainda não tinha falado para ninguém sobre a minha conexão com Jeshua, de medo de ser ridicularizada e desacreditada. Para mim, parecia impossível dizer as palavras “Eu estou canalizando Jeshua ou Jesus” em voz alta para qualquer pessoa. Aquela filósofa cética, que ainda permanecia no fundo da minha mente, me explicava que eu estava prestes a ser declarada louca, confusa, pretensiosa, etc. No entanto, eu confidenciava a alguns amigos íntimos, e nós fazíamos algumas sessões juntos que funcionavam muito bem. Inclusive nós publicamos a primeira série de canalizações no meu site (em holandês). Então, mais de um ano depois que eu ‘conheci’ Jeshua, recebi um convite de um centro espiritual belga para ir lá e fazer uma canalização em público. Fiquei chocada só de pensar nisso, mas, por outro lado, sabia que não devia recusar, que eu precisava ultrapassar esse medo, e que Jeshua não me “levaria para o mau caminho”. Fiquei nervosa durante semanas e fiquei doente e sem dormir nos dias que antecederam a minha apresentação, mas então a minha primeira canalização em público aconteceu e teve um grande impacto positivo sobre mim. Foi uma canalização curta, seguida de uma sessão de perguntas e respostas (a primeira da Série da Cura, publicada no site), mas eu senti muito claramente a presença de Jeshua jorrando através do meu ser. As pessoas reagiram de forma carinhosa e entusiasmada, e o ‘enforcamento em público’ acabou não acontecendo…
Fiquei em tão alto-astral depois dessa primeira canalização em público, que imediatamente decidi organizar encontros na nossa casa, e assim nós fizemos. Mas os medos ainda não tinham passado. Todas as vezes que eu tinha que canalizar diante de uma audiência, eu sentia uma grande resistência, medo e até raiva! Nunca fui do tipo que se sente à vontade falando em público, sempre fui tímida e introvertida. Então, por que eu me colocava numa posição tão vulnerável, sem ter certeza de que alguma coisa coerente sairia da minha boca ou se Jeshua ‘chegaria lá’ em primeiro lugar?! É lógico que ele estava sempre ‘presente’ para mim. A minha constante insegurança, o meu medo e indignação por ‘ter que fazer isso’, eram simplesmente o meu ego lutando o mais que podia para dar um fim àquele ‘empreendimento loucamente irresponsável’. Ter Jeshua falando por meu intermédio ia contra todos os meus ‘mecanismos de segurança’, exibindo todos os hábitos que eu havia adquirido de ser cautelosa, reservada e estar sempre ‘em posição secundária’. Durante muito tempo, tive uma certa aversão à sociedade, não confiando tão facilmente nas pessoas. E agora, aí estava a presença daquela energia, falando às pessoas, por meu intermédio, que ela as amava e valorizava, encorajando cada uma delas a abraçar seu próprio conhecimento e poder internos e até repreendendo-as com humor pela sua teimosia e resistência. Isso não podia ser eu!
Eu estava impressionada com as reações que nós recebíamos. Primeiro nós colocamos todas as canalizações no nosso site em holandês, que começou a atrair uma audiência cada vez maior. Nos anos que se seguiram, nós recebemos centenas de e-mails de pessoas contando-nos que estavam muito tocadas com as mensagens e que era quase como se Jeshua estivesse falando diretamente com elas! Depois de algum tempo, traduzi as canalizações para o inglês e nós fizemos um site em inglês também. No começo o site não atraiu muitos leitores, mas Jeshua nos disse para deixar e esperar. De fato, depois de mais de um ano, também começamos a receber mensagens de leitores de língua inglesa, e também começamos a oferecer leituras de aura à distância para pessoas estrangeiras. As coisas começaram a ficar movimentadas.
Expansão
Então, várias pessoas de diferentes países entraram em contato conosco e se ofereceram voluntariamente para traduzir as mensagens de Jeshua. Elas apareceram ‘do nada’ para nós, como tradutores capazes e espíritos afins, que se sentiam como família e que simplesmente ofereceram os seus serviços porque se sentiam inspirados pelo material de Jeshua. É fantástico! Traduções para o espanhol, hebraico, francês, português e finlandês agora estão disponíveis na Internet. Nós fizemos amizade com pessoas em todo o mundo, compartilhando interesses e desejos comuns, que parecem transcender os limites culturais. Jeshua havia me dito que eu simplesmente tinha que escrever o material e deixar. Ele encontraria o seu próprio caminho e realmente encontrou.
A Internet tem sido o meio principal para isso. Uma das ‘sincronicidades’ na nossa história foi que Gerrit trabalha como especialista em informática e foi capaz de projetar e manter os nossos sites. Também sinto que a minha experiência como filósofa ajudou-me muito a traduzir a energia de Jeshua em palavras e conceitos. Além disso, eu sempre adorei escrever, e enquanto fui estudante de filosofia, estive treinando escrever em inglês. Sinto que ao criar as canalizações e fazer leituras de aura para os clientes, estou ‘fazendo o meu negócio’, aquilo que ‘nasci para fazer’. Receber tantas respostas carinhosas e amáveis de pessoas de todo o mundo me dá uma sensação de profunda realização, e inclusive sou grata por agora poder viver da atividade que eu mais amo fazer!
Canalização – desmascarando um pouco
Para concluir, eu gostaria de fazer alguns comentários gerais sobre o fenômeno da canalização. Talvez, por ser holandesa (os holandeses são considerados pessoas muito ‘pé no chão’) e ainda meio cética em relação a algumas coisas que encontro sobre a nova era, eu gostaria de focalizar algumas questões sobre canalização.
O relacionamento entre canalizador e entidade canalizada
Acho que canalização é uma cooperação entre um ser humano e uma entidade não-física que atua como um professor. O professor oferece inspiração e uma perspectiva mais ampla ao ser humano, e o ser humano traduz a energia da entidade espiritual em palavras e conceitos com os quais ele está familiarizado através da sua criação, educação e cultura. Não acredito que seja possível, e nem desejável, que o canal humano se coloque completamente de lado, de modo a ‘canalizar puramente’ a energia da entidade não-física. Acho que é inevitável que a mentalidade, a percepção e o vocabulário do canal influenciem enormemente aquilo que vem através dele. Mesmo que o canal entre num estado de transe profundo, ele é o receptor, o recipiente e, portanto, co-criador do material. Acho que é ingênuo presumir que o canalizador possa receber a mensagem totalmente ‘de fora’, sem participar dela. Acho que as mensagens vêm ‘de dentro’, através da sua consciência ampliada pela consciência do professor espiritual, e que a qualidade da canalização não depende tanto de quanto o canalizador pode esvaziar-se de si mesmo, mas do nível de consciência que ambos – canalizador e entidade canalizada – possuem.
Como julgar a qualidade da informação canalizada
Canalizar pode ser bonito e inspirador. Mas também pode levar a bobagens, frases ocas, ou a estórias de infortúnios, assustadoras e moralistas. Na pior das hipóteses, pode levar à adoração de autoridades que não têm nada a seu favor, a não ser seus nomes ou postos em alguma hierarquia espiritual invisível. Procurar fora de nós autoridades difíceis de serem alcançadas – não foi justamente contra isto que todos os professores espirituais nos alertaram?
O fato de a informação ser canalizada não diz absolutamente nada a respeito da qualidade dela. Na filosofia da ciência, um ramo da filosofia que investiga o que torna uma teoria ‘científica’ ou confiável, é feita uma distinção muito útil entre o ‘contexto da descoberta’ e o ‘contexto da justificativa’. Aquilo que leva à descoberta de uma teoria científica não tem nenhuma influência sobre a possibilidade de ela ser justificada. Um cientista pode inventar qualquer teoria que ele queira, dependendo dos seus sonhos pessoais, associações ou devaneios, mas uma vez que ele tenha formulado a teoria, ela será julgada por seus colegas com base em critérios geralmente reconhecidos, tais como confirmação empírica, coerência, poder explicativo, etc. Então, no contexto da descoberta, qualquer coisa funciona, enquanto que no contexto da justificativa, a teoria tem que estar de acordo com certos padrões de qualidade, para que possa ser valorizada pela comunidade científica. Acho que isso também vale para o material canalizado. As mensagens canalizadas deveriam ser julgadas pelos mesmos padrões válidos para textos espirituais escritos por ‘simples humanos’, ou seja: A informação é clara? Ela acrescenta uma nova percepção ao seu conhecimento? Ela inspira você a se amar mais? Você se sente iluminado ou elevado pela mensagem? Penso que, se a resposta a essas perguntas for ‘sim’, então a questão de quem a canalizou e como foi que ela veio (o contexto da descoberta) é relativamente sem importância. A prova está no sabor da sobremesa e não na suposta posição ou status daquele que a preparou.
Minha própria experiência como canalizadora
Quando canalizo Jeshua, sinto que estou ficando maior, em vez de menor. Sinto que a energia dele está me ajudando a me elevar até o meu próprio Eu Superior. Sinto que na verdade ele está sendo o mediador entre o meu ‘pequeno eu de todos os dias’ e o meu ‘Eu mais amplo’, ajudando-me a incorporá-lo um pouco mais. Sempre que ele faz isso e eu permito que aconteça, eu expando a minha consciência um pouco mais, e isso afeta o meu próprio crescimento e capacitação. Uma vez, fiz uma canalização (sobre “Relacionamentos na Nova Era”) na qual senti tão intensamente a presença do meu próprio Eu Superior (a quem eu chamo de Aurélia), que fiquei na dúvida se ainda estava canalizando Jeshua. Perguntei-lhe sobre isso naquela noite, antes de ir dormir, e ele me disse algo muito carinhoso: “Lembre-se sempre que eu estou aqui para você, você não está aqui para mim.” Isto fez com que essa questão ficasse muito clara para mim. Todos nós temos o propósito de incorporar completamente e manifestar o nosso Eu Superior aqui na Terra. Os professores vêm para nos ajudar na nossa caminhada, e se for um professor de verdade, ele nos ajudará enquanto nós precisarmos dele, e depois sairá do nosso caminho.
Jeshua ainda está comigo, embora eu sinta que não tenho ‘conversado’ tanto com ele quanto eu costumava fazer no começo. Hoje em dia, muitas vezes quando lhe faço uma pergunta pessoal, ele me pergunta: o que você sente verdadeiramente sobre isso? E quando me concentro nisso, a resposta vem do meu próprio conhecimento interior e intuição. Então, Jeshua incentiva todos nós a assumir o nosso próprio poder e a ver a canalização como um meio e não um fim. Talvez um dia eu seja capaz de ‘canalizar’ o meu próprio Eu Superior ou Ser Crístico, e não depender mais de Jeshua. Tenho certeza que ele será o primeiro a me aplaudir!
Jeshua na canalização
Vou terminar com uma ‘canalização na canalização’… algumas palavras de Jeshua sobre o seu relacionamento comigo como canalizadora.
Canalizar é uma forma de estar mais próximo de você mesmo com a ajuda de outro ser – não-físico. Este ser faz temporariamente o papel de professor. A energia do professor ajuda você a alcançar um nível mais profundo de si mesmo. A energia do professor eleva-o acima dos medos que mantêm as sua própria luz velada.
Um professor mostra-lhe a sua própria luz. O professor tem mais consciência da sua luz do que você. Logo que essa luz, que é o seu conhecimento interior, se torna acessível a você, o professor torna-se supérfluo. Então, você é capaz de canalizar a sua própria luz. o professor não precisa mais agir como uma ponte entre você e o seu Eu Superior.
Por enquanto, eu estou relembrando-a da sua própria luz. Eu espelho a sua grandiosidade para você na forma de Jeshua ben Joseph. Em mim você enxerga a si mesma, o seu Ser Crístico, mas você ainda não percebe isto completamente. Sou como um ponto de referência para você, a minha energia serve como um farol. Eu a ajudo a se familiarizar mais profundamente com o seu próprio Ser Crístico. Lentamente ele vai se mover para frente, e eu vou me mover para os fundos. Isso está certo. É assim que deve ser. Não se esqueça que, neste relacionamento, eu estou aqui para você, você não está aqui para mim. Eu não sou a meta, mas sim o meio. O renascimento de Cristo é o despertar do seu Ser Crístico, não do meu.
Eu ajo de acordo com o que serve ao seu Eu Superior. Meu propósito é que você me torne supérfluo. Quando você me canalizar, não tente se fazer menor ou invisível. Eu desejo que você se faça maior, que sinta a sua verdadeira força fluir para fora de você e brilhar sobre o mundo.
Um professor indica o caminho mas é você que vai caminhar por ele. Daqui a pouco, você vai se ver caminhando sozinha, tendo deixado o professor para trás. Este será um momento grandioso e sagrado. O professor ficará com você, viverá no seu coração, como uma presença interior, mas a figura separada desaparecerá.
Nós continuamos conectados, mas conforme for crescendo, você me verá cada vez menos, ou terá menos vontade de me chamar como um ser separado. Lentamente eu me tornarei parte da sua própria energia. E num certo ponto, você não me conhecerá mais como separado de você. Isto vai lhe mostrar que você verdadeiramente me ouviu e me viu.
Jeshua, verão de 2006
Tradução: Vera Corrêa veracorrea46@gmail.com
Revisão: Luiz Corrêa
2 thoughts on “Pamela Kribbe”
Pamela, thank you very much for your work. It brings an update of the teachings of Jesus, very adequate to the world in which we are living. Texts shows us an “updated” path, and brings a lot of spiritual comfort. Antonio, from Brazil.
Thank you Pamela, your experiencie helped me a lot. Gratitude.! André Luiz from Brazil